Democracia e Governação

Morreu Camilo Correia Nhancale

Morreu Camilo Correia Nhancale

Mensagem da Coligação Cívica sobre a Industria Extractiva

Morreu, no dia 01de Agosto de 2021, um colega. Morreu um amigo. Morreu um fiel companheiro de causas.

O Camilo Correia Nhancale era um activista social da primeira linha, cidadão nacional comprometido com a promoção e defesa dos direitos humanos e da justiça social, e ao lado das comunidades rurais moçambicanas.

Camilo Nhancale foi membro-fundador e Director Executivo da KUWUKA-JDA (Juventude Desenvolvimento e Advocacia Ambiental) desde 2007, uma organização da sociedade civil moçambicana, activa na defesa dos direitos humanos das comunidades rurais moçambicanas e da justiça social.

Sob a liderança de Camilo Nhancale, a KUWUKA-JDA tornou-se uma das organizações mais interventivas em programas de monitoria e advocacia sobre a gestão de recursos naturais do país, com foco particular na promoção de transparência e prestação de contas da indústria extractiva.

Neste percurso, Camilo Nhancale desempenhou papéis de destaque no estabelecimento e dinamização de actividades de instituições-chave, como a Iniciativa de Transparência da Industria Extraciva em Moçambique (ITIE), a Plataforma da Sociedade Civil sobre a Industria Extractiva, a Coligação Cívica sobre a Industria Extractiva, o Movimento Cívico sobre o Fundo Soberano, entre outras iniciativas de impacto nacional.

Com o seu empenho e dedicação, várias centenas de pessoas, entre camponeses e jovens residentes em regiões onde são implementados projecto extractivos, adquiriram conhecimentos sobre os seus direitos sobre a terra e outros recursos naturais, bem como capacidade para os defender, face a investimentos privados ou públicos, organizados em forma de plataformas distritais ou provinciais.

Camilo Nhancale foi igualmente um actor activo junto de organizações globais e regionais de monitoria da governação da indústria extrativa, tendo sido membro do Conselho Coligação  Global  “Publish What You Pay”, plataforma da qual ele era Coordenador Nacional; e da Aliança da Sociedade Civil sobre Petróleo e Gás na Africa Austral e Oriental (COSEA).

Assim, a morte prematura de Camilo Nhancale constituiu uma perda irreparável do movimento social moçambicano em geral e, em particular, do activismo social focado sobre a promoção da transparência e prestação de contas na indústria extractiva, incluindo a proteccao dos direitos das comunidades afectadas em Moçambique.

Neste momento de dor e consternação, a Coligação Cívica sobre a Industria Extractiva, e o Movimento Cívico sobre o Fundo Soberano, representados pelas organizações Centro Terra Viva (CTV), Conselho Cristão de Moçambique (CCM), N´weti, KUWUKA-JDA e SEKELEKANI, apresentam aos colegas da KUWUKA-JDA e à família enlutada os seus sentimentos de pêsames e de solidariedade e reafirmam o compromisso de honrar a memória de Camilo Nhancale, continuando a obra social em que ele tanto se empenhou.

Descansa em paz, companheiro Camilo.

Maputo, aos 02 de Agosto de 2021

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